Entre balões rosas, flores brancas e as músicas preferidas de Vera Lúcia Bezerra da Silva tocadas no violão, foi velado e enterrado ontem (10/3) o corpo de Verinha, como era conhecida a coordenadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer do DF. Mais de 350 pessoas, entre familiares, amigos e voluntários, foram homenageá-la na cerimônia, que aconteceu no Templo Ecumênico II, no cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Vera Lúcia vinha lutando contra um câncer e faleceu nesse último sábado (9/3).
Cerca de 200kg de alimentos não perecíveis foram arrecadados na ocasião e serão doados para pacientes com câncer cadastradas pela Rede Feminina. “Nós temos um programa de doação, no qual as mulheres em vulnerabilidade social recebem uma cesta básica por mês durante um ano”, conta a sobrinha de Vera Lúcia e voluntária da rede, Catarina Martins.
A fisioterapeuta Karine Fernandes, 47, conhecida como “Kaka”, foi despedir-se de uma amizade de 20 anos. “A gente era amiga de alma. Uma da apoio a outra quando precisava e o nosso lema era exalar alegria quando estávamos uma na presença da outra. É minha amiga de sempre e para sempre”, diz, com os olhos mareados de lágrimas.
Verinha atuava há quase 30 anos prestando assistência à mulheres com câncer no Hospital de Base de Brasília. Entrou na Rede Feminina em 1996 como voluntária, criou diversos programas para ajudar pessoas em vulnerabilidade social e terminou sua vida lutando distribuindo amor e solidariedade às pessoas.
Além da atuação na rede, Vera Lúcia também ajudava ao pessoas em vulnerabilidade social onde morava, na QE 38 do Guará II. Distribuía da porta de sua casa cestas básicas, alimentos, produtos de higiene, móveis e o que fosse necessários às famílias de baixa renda.
Apoio e solidariedade
A Rede Feminina de Combate ao Câncer conta com aproximadamente 270 voluntários engajados em 25 projetos sociais. Além de prestar assistência às mulheres com câncer, também recebem ajuda os acompanhantes dessas mulheres e seus familiares. Muitas dessas mulheres, as Fenix, são pacientes que se curaram e se formaram um rede de apoio e cuidado umas com as outras.