Odair Jose Mannrich salienta que o aproveitamento energético de resíduos da construção civil está se tornando uma alternativa estratégica para reduzir impactos ambientais e gerar novas fontes de energia. Esse processo, que transforma materiais descartados em recursos aproveitáveis, alia eficiência energética e sustentabilidade, atendendo às crescentes demandas por soluções mais responsáveis no setor.
O setor da construção civil é um dos maiores geradores de resíduos no mundo, incluindo concreto, madeira, metais, plásticos e restos de argamassa. Quando descartados de forma inadequada, esses materiais ocupam grandes áreas em aterros e contribuem para a degradação ambiental. A aplicação de técnicas de reaproveitamento energético representa um passo importante para inserir o segmento em uma economia mais circular, alinhada aos princípios de redução, reutilização e reciclagem.
Tecnologias para conversão energética de resíduos
Entre as inovações mais promissoras estão os processos de gaseificação e pirólise, que convertem resíduos em combustíveis gasosos ou líquidos. Essas tecnologias permitem aproveitar o potencial energético dos materiais de forma limpa e eficiente, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, a utilização de caldeiras adaptadas para resíduos sólidos garante uma destinação mais nobre para materiais antes considerados inviáveis para uso energético.
O engenheiro Odair Jose Mannrich explica que, em alguns projetos, a integração de sistemas de triagem automatizada aumenta a pureza do material processado, elevando o rendimento energético. Essa automação também diminui custos operacionais e melhora a segurança das operações, tornando o aproveitamento mais competitivo frente às fontes tradicionais. Outro ponto relevante é o uso de tecnologias de controle de emissões, que reduzem a liberação de poluentes durante a conversão dos resíduos em energia.
Integração com obras de infraestrutura e usinas de energia
Algumas iniciativas estão incorporando unidades de conversão energética diretamente em obras de grande porte. Com isso, parte dos resíduos gerados no canteiro pode ser reaproveitada no próprio local, abastecendo equipamentos e reduzindo a necessidade de transporte para outras instalações. Essa prática diminui emissões associadas à logística, reduz custos com combustível e aumenta a autonomia energética dos empreendimentos.

Em determinados projetos, Odair Jose Mannrich observa que os resíduos da construção também podem ser combinados com biomassa ou outros materiais orgânicos para potencializar a geração de energia. Essa co-combustão otimiza a eficiência das caldeiras e amplia o espectro de resíduos que podem ser aproveitados, possibilitando que um volume ainda maior de materiais tenha destinação útil e sustentável.
Benefícios ambientais e econômicos
O aproveitamento energético de resíduos da construção civil reduz significativamente o volume destinado a aterros, liberando espaço e prolongando sua vida útil. Em adição a isso, diminui a necessidade de extração de recursos naturais para produção de energia, o que preserva ecossistemas e evita a degradação de áreas sensíveis. Essa prática também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, reforçando o compromisso com metas globais de sustentabilidade.
Segundo Odair Jose Mannrich, o aspecto econômico é igualmente relevante: ao transformar resíduos em energia, empresas e municípios podem reduzir gastos com destinação final e ainda gerar receita com a comercialização do excedente energético. Essa receita pode ser reinvestida em melhorias de infraestrutura, tecnologias mais avançadas e projetos ambientais, criando um ciclo de desenvolvimento contínuo e positivo para a economia local.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos avanços tecnológicos, o aproveitamento energético de resíduos da construção civil ainda enfrenta barreiras como altos custos iniciais, necessidade de mão de obra qualificada e ausência de infraestrutura adequada para processamento em larga escala. Normas mais claras e incentivos fiscais podem acelerar a adoção dessas práticas e tornar o mercado mais atrativo para novos investimentos. Ademais, a conscientização de empresas e órgãos públicos sobre o potencial desse recurso é essencial para ampliar seu uso.
Odair Jose Mannrich aponta que, à medida que as tecnologias se tornam mais acessíveis e eficientes, o setor tende a adotar o reaproveitamento energético como parte integral dos projetos de engenharia. Essa consolidação representa um passo decisivo rumo a uma construção civil mais sustentável, inovadora e alinhada aos princípios da economia circular, transformando resíduos antes considerados problema em oportunidades concretas de geração de valor.
Autor: Valentin Zvonarev