Conforme explica Leonardo Siade Manzan, a interseção entre tributação e os critérios de ESG (Ambiental, Social e Governança) configura um campo estratégico para o desenvolvimento sustentável. A estrutura tributária de um país pode ser utilizada como um mecanismo de incentivo para que as empresas adotem práticas mais responsáveis e alinhadas com as demandas da sociedade e do planeta. Dessa forma, a tributação transforma-se em uma ferramenta poderosa para a promoção de um futuro mais equitativo e resiliente.
Como a tributação pode estimular a dimensão ambiental do ESG?
Incentivos fiscais direcionados a empresas que investem em tecnologias limpas e processos produtivos sustentáveis representam um caminho promissor. Como a redução de impostos para aqueles que adotam energias renováveis, implementam a economia circular ou promovem a conservação de recursos naturais pode gerar um impacto significativo. Ademais, a tributação diferenciada sobre atividades poluentes pode internalizar os custos ambientais e desestimular práticas danosas.
Nessa mesma linha de raciocínio, Leonardo Siade Manzan destaca o potencial de políticas fiscais que recompensam a preservação da biodiversidade e o uso eficiente da água. Dessa maneira, a tributação se torna um catalisador para a adoção de práticas que vão além da conformidade regulatória, fomentando uma cultura de responsabilidade ambiental.
De que maneira a tributação pode fomentar a dimensão social do ESG?
A tributação pode ser utilizada para incentivar práticas socialmente responsáveis por parte das empresas. Nesse sentido, a concessão de benefícios fiscais que promovem a inclusão e a diversidade, investem em programas de desenvolvimento para as comunidades locais ou adotam práticas de trabalho justas pode gerar um impacto social positivo. Adicionalmente, a tributação progressiva sobre grandes fortunas ou lucros excessivos pode contribuir para a redução das desigualdades sociais.

Sob essa perspectiva, Leonardo Siade Manzan aponta que a tributação pode estimular o investimento em educação, saúde e bem-estar dos trabalhadores e da comunidade. Dessa maneira, a tributação se configura como um instrumento capaz de alinhar os objetivos econômicos das empresas com as necessidades sociais, promovendo um ambiente de negócios mais ético e engajado com o bem comum.
Como a tributação pode impulsionar a dimensão de governança do ESG?
A tributação também desempenha um papel relevante no fortalecimento das práticas de governança dentro das empresas. Nesse contexto, a transparência fiscal e a adoção de altos padrões de ética e integridade podem ser incentivadas por meio de mecanismos tributários. Assim, empresas que demonstram conformidade com as leis, adotam boas práticas de gestão e implementam mecanismos de combate à corrupção podem ser beneficiadas por regimes fiscais mais favoráveis.
Ademais, Leonardo Siade Manzan salienta que a tributação pode estimular a adoção de estruturas de governança que considerem os interesses de todos os stakeholders, não apenas dos acionistas. Dessa maneira, incentivos fiscais podem ser direcionados a empresas que possuem conselhos de administração independentes, implementam políticas de sustentabilidade robustas e engajam seus stakeholders de forma transparente.
Em suma, o tributarista Leonardo Siade Manzan demonstra o potencial da tributação como um catalisador para a adoção de práticas de ESG pelas empresas. Evidencia como as políticas fiscais podem transformar a tributação em uma poderosa ferramenta de incentivo à sustentabilidade. Ao alinhar os incentivos fiscais com os objetivos ambientais, sociais e de governança, os governos podem estimular um comportamento empresarial mais responsável e contribuir para a construção de um futuro mais próspero e equitativo para todos.
Autor: Valentin Zvonarev